Ecos podem ser meros fenômenos físicos para as ciências exatas. Mas, para cientistas românticos do século XIX, como os jovens Spix e Martius, eram mais do que isto. Muito além de sons que se repetem, foram e são entidades míticas a marcarem vastos solos.
Afinal, para a História Natural, ciência da vida, podem ser sons de endêmicas formas de vidas, amparadas pela flora que dão sentidos a certos lugares. Desta forma, no carnaval, ecos vão além! Partindo, pois, da etimologia do som, são reverberações... E por quê não desdobramentos?! Na verdade, ‘ecos’ foram legadas coincidências, a cruzarem os caminhos de um Império que foi, e sempre será, do Progresso!
Afinal, para a História Natural, ciência da vida, podem ser sons de endêmicas formas de vidas, amparadas pela flora que dão sentidos a certos lugares. Desta forma, no carnaval, ecos vão além! Partindo, pois, da etimologia do som, são reverberações... E por quê não desdobramentos?! Na verdade, ‘ecos’ foram legadas coincidências, a cruzarem os caminhos de um Império que foi, e sempre será, do Progresso!
Afinal, um desses cientistas da vida disse, certa vez, que: “o Brasil é um país de viajantes, mas também de viajados”. O que não quer dizer que nosso país teve sua história feita por cronistas viajados. Na verdade, queria dizer que nosso país – “O Biodiverso Gigante” - é terra de crônicas, de viajantes!
E foi assim que os ecos cruzaram a história de uma expedição que diz muito, sobre todos nós, e de nossa importância para a humanidade. Expedição que legou ao mundo “Monumental Obra” - proporcional à diversidade de tal terra que desperta interesses, desde há algum tempo; desde um certo Império!
Para todo o sempre, rendeu-nos a tradução do que a ciência pôde produ
zir vivenciando; ainda que recheada de fantasiosas alegorias, sob a luz de antigos ecos.
Até os nossos dias, no entanto, ninguém superou tal feito! Sendo assim...
Do científico ao onírico, sensorial olhar! - O que ficaram foram os matizes da identidade, um destino a cumprir, o carnaval a se apresentar...
É com grande satisfação que a Sociedade Recreativa Escola de Samba Virtual Império do Progresso apresentará, em 2011:
“A natureza deve ser sentida; quem somente vê e abstrai, numa vida sob o turbilhão, no pulsar dos trópicos ardentes, pode dissecar plantas e animais, acreditando estar descrevendo a natureza, permanecendo, no entanto, eternamente alienado dela.”
(Alexander von Humboldt*, em carta dirigida a Goethe – Estrela-guia, Mestre de tantos cientistas, e leitura recorrente de Spix e Martius)
Por força de venturosas realezas, matrimonia união financiou... Tão sonhada expedição! ‘Arquiduquesa do saber’ trazia consigo: filósofos, artistas, cartógrafos, cientistas... Botânicos, zoólogos, naturalistas. Aventureiros em missão! E, enfim, seria possível desabrochar a ‘Flor Amorosa das Três Raças’.
Porto aberto ao ‘Florão da América’, rumo ao ‘Impávido Colosso’!
E viriam, pois, ressoavam deste Império certos ‘ecos’ relicários...
Juntaria-se aqui, enfim, de um século fértil, o séqüito da ciência de tal tempo. Dentre tantos, Spix e Martius, austro-bávaros românticos, visionários!
Da fragata às bagagens, velhos mundos, vários planos... Aparatos! E atracados pelo cais avistavam toda espécie de vida, emolduradas em paisagens, sob idílicas visões. Várias raças, Ninfas, Ecos, Narcisos... Tipos humanos em simbiose, síntese da diversidade. Faces da recepção... Flora Civilizada enfim! E que se engalanava, resguardada sob míticos ecos... Revelava um Rio-capital, turbilhão tropical, aperitivo jardim! Terra Brasilis em ‘Passeio Público’, ‘Ecos’ de um Império, pelas mãos de Valentim.
Mas em nome da ciência, eram milhas e milhas do Gigante a atrair. Cada rincão desconhecido e uma missão a se cumprir... Palmilhando cada parte, eis que nem toda a ciência e vossas bagagens ficaram imunes, frente sapiência e o ressoar da natureza!
Formaram-se caravanas e tropas... Dezenas deles, por entre trilhas puseram-se a coletar, pesquisar; experimentar! E ao descreverem, classificarem... Lá estavam os ecos, revelando toda a riqueza, fulgurada como em nenhum outro lugar!
Tiveram contato com antropofágica mania destes seres e gentes, em se autodigerirem. Nativas e remotas impressões agora evidenciadas, face às plantas a consumirem nuvens de insetos. Miscelânea da mais diversa mata em profusão, entre serra e mar! Parecia entidade emaranhada, de frondosas à içaras, de bromélias a orquídeas mil! Todas as sociedades, por ela envolvida, pareciam defender-se de quem atentasse contra... Legítimas Dryades!
E passeando por limítrofes ares vindos do sul, clima mais ameno, aladas sociedades e seletivas: Sete-capotes, monjoleiros, caviúnas. Por entre canelas, mates, pinhas e embuias... Araucárias. Legítimas Napeias de prados e colinas!
E os tropeiros os levavam à vastidão, território acima... Mais de 60 capitaneados por jovens cientistas, revelavam grutas, cavernas, savanas... Montes e seus personagens. Cristais e minerais reluziam... Buritizais descortinavam, enfim, veredas. Por entre esparsos troncos, raízes retorcidas e cerrados... Oreades!
Seguindo bússola ao norte, eis que escaldam lombos, racha-se o chão, cortam os espinhos! Por ele rastejam e se protegem, mudam-se hábitos e ecos... Sertanejos fazem surgir, como miragens, Mandacarus em meio a secas espécies! De um semi-árido, caatinga, que adiante revelavam das carnaúbas aos rupestres vestígios, das origens de tais gentes... Por fim, o que aparentemente era pobre se enriquecia, de benções vindas lá do céu. Regeneravam-se como Hamadryades!
E era o momento de enfrentar em equatorial Hiléia e suas cercanias... Cabocla Amazônia - Reino das águas de igapós e igarapés à estonteante e sombria floresta, em terras firmes. Desta, colheram que para todo mal há cura, e que a ‘seiva’ da vida é alimento para o corpo e a alma. Que de hídricas riquezas poderiam porvir o mundo; sendo assim, perfeitas Naydes! Passados três anos de extensa aventura, por cada torrão, era a hora de reverberarem seus próprios ecos...
Levaram milhares de exsicatas, exemplares de flora e fauna, vários experimentos! Diversos artefatos e relatos das sociedades, um sem número de litogravuras produzidas, e a produzir! E na Munique de Jardim Botânico, Museu em honra à História Natural, ressoavam ecos “De como escrever a nossa história”... Agora, sob a luz da nova antropologia que já considerava civilização, na mistura! Reverberavam, recenseada diversidade, enfim... De Reise’s a Nova’s Genera’s e Specie’s... De Tratados a Flora Brasiliensis Monumental, legados sem fim! Por um sem número de mãos, passaram de geração em geração, até se concluírem... E ainda são atuais! Seus ecos atravessam o tempo, disseminam conhecimento, confirmam passos de um gigante pela própria natureza. Continua sendo única revisão completa, disponível, a ditar os nossos passos, identidade e integridade. Sejam nos ecos deste mesmo progresso de genomas, biomassas que espelham o teu futuro... Florão da América, iluminado ao sol de um novo mundo! Pelos olhos da ciência, garanta que os filhos dos seus filhos virão... E que ecos de um Império do Progresso e deste imenso Brasil ressoem por todo sempre, então!
“Aqui, a mistura de raças é uma ‘vereda’ segura para a civilização. (...) Jardim extenso, no qual a natureza reuniu tudo o que a imaginação de um poeta escolheria para morada de ninfas e de fadas”.(Carl Friedrich Philipp von Martius)
E olha que vieram de cientistas tais conclusões... Voltando ao cientista do início: “somos um país de viajantes mas também de viajados”... Nascemos para ciência, talvez?!
“Terra de crônicas de viajantes”... Hum... Então... Venha viajar conosco também! Vem!
Atenciosamente,
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