Olá a você que me lê. Quem vos escreve é o Vítor, o Saraiva, carnavalesco da Império do Progresso a quatro carnavais. Sou de Niterói, no Rio de Janeiro, tenho 21 anos e pouquinho. Sou estilista, trabalho com moda, e estudo Cinema na UFF. Já fiz alguns curtas metragens, como diretor de arte e figurinista, já customizei camisa pra camarote de cerveja no carnaval, já fiz um punhado de coisas. No que diz respeito à escolas de samba, porém, minha experiência toda se
resume ao Carnaval Virtual. É sobre o meu início na Liesv que trato aqui, nesta minha primeira prosa.
Sou, e sempre fui, apaixonado por carnaval. Gastei minha infância e parte da adolescência montando desfiles caseiros - vim a saber depois que várias pessoas também o fizeram. Tabuleiros de bolo da mãe, caixas de jogos Grown e outros objetos chatos tornavam-se
bases para carros alegoricos apinhados de brinquedos-esculturas, adereços em massinha, destaques de papel. As alas eram curingas, pobrinhas. Bacana era fazer os carros. Com o tempo, a coisa se sofisticou. Fantasias trabalhadas com diversos materiais. Componentes eram vidros de
homeopatia, e acreditem, acumulei pra mais de 200 daqueles vidrinhos. Iam-se meses na produção dos carros, que ganhavam movimentos, acabamentos impecáveis, esculturas talhadas dentro do tema. E lá ia a escola, desfilando pelo corredor daqui de casa, sem nunca chegar à apoteose, pois dava uma preguiça, a dispersão. E lá ia eu, semanas de muito falatório da mãe depois, tirar as coisas do corredor, desmontar tudo com pesar, para, enfim, começar tudo de novo.
Conheci a Liesv em 2004, bem antes do desfile daquele ano. Fiquei ansioso para participar, e a possibilidade de desenhar uma escola, de cabo a rabo, pareceu-me um desafio muito doido. Apesar de respirar carnaval a vida inteira, jamais tinha riscado uma pluma sequer, e não sabia bem que bicho ia dar. Pensei em fundar uma escola, mas depois resolvi bancar o proletário e catar uma escola sem carnavalesco. No caso, Quebra Côco.
Àqueles que não sabem, Quebra Coco é uma extinta escola da Liesv, que fazia parte do time de 2004, mas que no fim acabou não desfilando. Tinha um enredo interessantíssimo, embora muito mal escrito, sobre a Religião Wicca. Mandei e-mails como um louco para o presidente da escola, querendo assumir a vaga, aberta, de carnavalesco. Paralelamente, pesquisei o tema e destrinchei o enredo, em alas e setores, e desenhei, meus primeiros desenhos para a Liesv, meus primeiros desenhos de carnaval.
Apesar do meu esforço, não recebi resposta nenhuma, e abortei o projeto. Desisti da Quebra Coco, desisti do CV 2004, o que era ótimo, no fim, pois teria mais tempo pra me preparar, e fui olhar o antigo e polêmico mural da Liesv, onde o Jonner costumava atormentar a todos com mensagens estranhas. Naquele dia, em particular, não tinha Jonner, mas sim um sujeito de nome Diego Araújo procurando carnavalesco para sua escola de Paraíba do Sul... Bem, meus caros, daí
em diante é história. Oficial e documentada.
resume ao Carnaval Virtual. É sobre o meu início na Liesv que trato aqui, nesta minha primeira prosa.
Sou, e sempre fui, apaixonado por carnaval. Gastei minha infância e parte da adolescência montando desfiles caseiros - vim a saber depois que várias pessoas também o fizeram. Tabuleiros de bolo da mãe, caixas de jogos Grown e outros objetos chatos tornavam-se
bases para carros alegoricos apinhados de brinquedos-esculturas, adereços em massinha, destaques de papel. As alas eram curingas, pobrinhas. Bacana era fazer os carros. Com o tempo, a coisa se sofisticou. Fantasias trabalhadas com diversos materiais. Componentes eram vidros de
homeopatia, e acreditem, acumulei pra mais de 200 daqueles vidrinhos. Iam-se meses na produção dos carros, que ganhavam movimentos, acabamentos impecáveis, esculturas talhadas dentro do tema. E lá ia a escola, desfilando pelo corredor daqui de casa, sem nunca chegar à apoteose, pois dava uma preguiça, a dispersão. E lá ia eu, semanas de muito falatório da mãe depois, tirar as coisas do corredor, desmontar tudo com pesar, para, enfim, começar tudo de novo.
Conheci a Liesv em 2004, bem antes do desfile daquele ano. Fiquei ansioso para participar, e a possibilidade de desenhar uma escola, de cabo a rabo, pareceu-me um desafio muito doido. Apesar de respirar carnaval a vida inteira, jamais tinha riscado uma pluma sequer, e não sabia bem que bicho ia dar. Pensei em fundar uma escola, mas depois resolvi bancar o proletário e catar uma escola sem carnavalesco. No caso, Quebra Côco.
Àqueles que não sabem, Quebra Coco é uma extinta escola da Liesv, que fazia parte do time de 2004, mas que no fim acabou não desfilando. Tinha um enredo interessantíssimo, embora muito mal escrito, sobre a Religião Wicca. Mandei e-mails como um louco para o presidente da escola, querendo assumir a vaga, aberta, de carnavalesco. Paralelamente, pesquisei o tema e destrinchei o enredo, em alas e setores, e desenhei, meus primeiros desenhos para a Liesv, meus primeiros desenhos de carnaval.
Apesar do meu esforço, não recebi resposta nenhuma, e abortei o projeto. Desisti da Quebra Coco, desisti do CV 2004, o que era ótimo, no fim, pois teria mais tempo pra me preparar, e fui olhar o antigo e polêmico mural da Liesv, onde o Jonner costumava atormentar a todos com mensagens estranhas. Naquele dia, em particular, não tinha Jonner, mas sim um sujeito de nome Diego Araújo procurando carnavalesco para sua escola de Paraíba do Sul... Bem, meus caros, daí
em diante é história. Oficial e documentada.
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